segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

AA - Alcoólicos Anônimos

Na década de 20, existia um homem chamado Bill Wilson que ao encerrar sua prestação de serviços à pátria durante a guerra, já bebia.
Vivia com sua esposa Louise que havia perdido um filho enquanto ele estava na guerra, mas com o retorno do marido, ela renovou suas esperanças de uma vida feliz.
Bill consegue um emprego na Bolsa de Valores de NovaYork como corretor, mas não estava contente com aquilo.
Certa noite saiu para mais uma de suas bebedeiras e quando retornou, Louise comunicou-lhe que estava grávida novamente, mas com muito medo de perder o bebê.
Sem se importar com os últimos acontecimentos, ele continuava com suas bebedeiras e, em numa dessas noites Louise passou mal.
O pai dela que não concordava com o relacionamento dos dois foi quem a socorreu e levou para o hospital.
Chegando em casa Bill não encontrou a esposa e descobriu que ela tinha dado entrada num hospital em caráter de urgência.
Do jeito que se encontrava, correu para lá.
Mal, de ressaca, cheirando a álcool.
No hospital uma enfermeira disse-lhe que antes de vê-la, seu sogro queria falar-lhe.
Foi quando Bill tomou uma grande lição de moral.
Ficou arrasado.
Se não fosse o pai, ela teria morrido e para completar, ela não poderia ter mais filhos.
Por mais uma vez ele prometia à sua mulher que aquela teria sido a sua última bebedeira.
Gradativamente foi alcançando sucesso na Bolsa de Valores, e com tal progresso logo-logo já levava praticamente uma vida de rei; porém suas constantes bebedeiras fecharam-lhe a mente, privando-o de perceber pelos olhos da razão que dia-após-dia estava aproximando o seu fundo-de-poço.
Ebby, companheiro de Bill, que já havia parado de beber, preocupava-se também com o amigo. Em uma das muitas festas que freqüentava, Bill acabou perdendo seu sócio nos negócios...
E cada dia ficava mais dependente do álcool e, já aparentando sérios problemas de saúde.
Suas ações, seus negócios começaram a desmoronar e Bill terminou perdendo tudo.
Ficou perdido, começou a andar sem rumo pelas ruas, foi preso e daí veio sua ida para as instituições.
Ebby freqüentava o Grupo de Oxford da Igreja Pentecostal onde usavam os “Cinco Princípios”, também chamado de princípios genéricos.
Esses princípios eram escritos em placas que eram afixadas nas paredes para serem discutidas; enfim, serviam para várias outras coisas.
Ebby fez algumas tentativas para levar Bill para o grupo, mas o amigo com a mente fechada, não aceitava, até que depois de uma internação, Bill começou a entender melhor e, começou finalmente a sua luta com o alcoolismo.
Entrou para o Grupo Oxford e após um determinado tempo de abstenção alcoólica, teve uma recaída e, novamente foi internado em um hospital psiquiátrico.
Abstênio do álcool Bill voltou a trabalhar e assim teve que fazer uma pesquisa para a sua empresa em outra cidade.
Foi para Akron, no Estado de Ohio nos Estados Unidos.
Hospedado em um hotel já há alguns dias, Bill sente-se mal.
Sozinho, nada para fazer, sentindo um vazio, uma impaciência, saudades de Louise, do Grupo de Oxford, de Ebby, veio nele à vontade de beber.
Uma compulsão forte levou-o a andar de um lado para o outro, por um bom espaço de tempo. Com certeza, foi um dos piores momentos de sua vida.
Foi até o bar do hotel, conseguiu algumas moedas, dirigiu-se a uma cabine telefônica, pegou uma lista com o nome de alguns padres e, começou a ligar explicando seu problema.
Dizia aos padres ter necessidade urgente de conversar com outro alcoólatra.
Um desses padres deu-lhe o endereço de um médico que já não clinicava mais por causa de seu alcoolismo, seu nome era Doutor Bob Smith.
Bill vai à casa do Doutor Bob e este o recebe dizendo que lhe daria quinze minutos de seu precioso tempo.
Doutor Bob diz-lhe que muitas outras pessoas já haviam tentado fazer com que ele parasse com o álcool e que todas as tentativas tinham sido em vão.
Foi aí que Bill lhe disse que também era um alcoólatra, e que tinha ido até ele para “pedir ajuda” pois ele estava vivendo um momento difícil (síndrome de abstinência).
Assim, os dois de “mente-aberta” começaram a conversar sobre os problemas com o álcool e, suas conseqüências.
Passaram toda a noite conversando sobre este assunto e perceberam que enquanto “partilhavam com responsabilidade”, suas experiências de vida e expressavam com “honestidade” o sincero desejo de parar de beber, não beberam.
Começaram a se encontrar com mais freqüência partilhando suas dificuldades, descobriram então que a chave para a tão almejada sobriedade era nada mais do que ter “boa-vontade” para "mudar suas maneiras de pensar e agir".
Em novembro de 1934, Bill Wilson parou de beber.
Em maio de 1935, na mesma cidade de Akron, Ohio, a necessidade de Bill falar sobre seu alcoolismo passa a ser uma abordagem a um outro alcoolista que é o Doutor Bob Smith, que para de beber em 10 de junho de 1935.
Assim formou-se um grupo de alcoólatras dentro do Grupo de Oxford, incluindo Bill e Bob, co-fundadores da Irmandade “ALCOÓLICOS ANÔNIMOS”.
Em 1937 os AA’s de NovaYork separam-se do Grupo de Oxford.
Em dezembro de 1938 Bill apresenta os “DOZE PASSOS”.

Os Doze Passos

1º) Admitimos que éramos impotentes, perante o álcool – que tínhamos perdido o domínio sobre nossas vidas.

2º) Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós mesmos poderia devolver-nos à sanidade.

3º) Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidados de Deus, na forma em que O concebíamos.

4º) Fizemos minucioso e destemido inventário moral de nós mesmos.

5º) Admitimos perante Deus perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.

6°) Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.

7º) Humildemente rogamos a Ele que nos livrasse de nossas imperfeições.

8º) Fizemos uma relação de todas as pessoas que tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.

9º) Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, salvo quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.

10º) Continuamos fazendo o inventário pessoal e, quando estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.

11º) Procuramos através da prece e da meditação, melhorar nosso contato consciente com Deus, na forma em que O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós, e forças para realizar essa vontade.

12º) Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes passos, procuramos transmitir esta mensagem aos alcoólicos e praticar estes princípios em todas as nossas atividades.


As Doze Tradições

1ª) Nosso bem-estar comum deve estar em primeiro lugar; a reabilitação individual depende da unidade de AA.

2ª) Somente uma autoridade preside, em última análise, o nosso propósito comum – um Deus amantíssimo, que se manifesta em nossa consciência coletiva. Nossos líderes são apenas servidores de confiança; não têm poderes para governar.

3ª) Para ser membro do AA, o único requisito é o desejo de parar de beber.

4ª) Cada grupo deve ser autônomo, salvo em assuntos que digam respeito a outros grupos ou ao AA em seu conjunto.

5ª) Cada grupo é animado por um único propósito primordial – o de transmitir sua mensagem ao alcoólico que ainda sofre.

6ª) Nenhum grupo do AA deverá jamais sancionar, financiar ou emprestar o nome de AA a qualquer sociedade parecida ou empreendimento alheio à Irmandade, a fim de que problemas de dinheiro, propriedade e prestígio não nos afastem do nosso objetivo primordial.

7ª) Todos os grupos de AA deverão ser absolutamente auto-suficientes, rejeitando quaisquer doações de fora.

8ª) Os Alcoólicos Anônimos deverão manter-se sempre como não profissionais, embora nossos centros de serviços possam contratar funcionários especializados.

9ª) O AA jamais deverá organizar-se como tal: podemos, porém, criar juntas ou comitês de serviço diretamente responsáveis perante aqueles a quem prestam serviços.

10ª) Alcoólicos Anônimos não opina sobre questões alheias à Irmandade; portanto, o nome de AA jamais deverá aparecer em controvérsias publicas.

11ª) Nossas relações com o público baseiam-se na atração em vez da promoção; cabe-nos sempre preservar o anonimato pessoal na imprensa, no rádio e em filmes.

12ª) O anonimato é o alicerce espiritual das nossas Tradições, lembrando-nos sempre da necessidade de colocar os princípios acima das personalidades.

Nenhum comentário:

Postar um comentário