segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Saúde Social

O mal social que as drogas e o álcool causam às pessoas, somente pode ser comparado aos prejuízos que acarretam à coletividade. Para as pessoas a perspectiva é a degradação física e moral.
Quanto aos prejuízos sociais, eles não se limitam às perdas de ordem material, ao aumento da insegurança e da violência, à deterioração do relacionamento humano.
Na época do colonialismo selvagem, quando os ingleses, pela força das armas, obrigaram o imperador Lin a abrir cinco portos da China, destinados exclusivamente ao comércio do ópio, assim o fizeram por saber que um povo escravo da droga é facilmente dominado e perde, junto com sua dignidade, a capacidade de lutar por seus direitos e de construir o seu futuro.
O aumento do consumo de substâncias psico-ativas no Brasil e no mundo, atingiu níveis assustadores. A Comissão de Narcóticos das Nações Unidas concluiu que está havendo, em todo o mundo, um aumento crescente da produção e do consumo de drogas.
Porém, um dado alentador detectado foi o despertar de muitos países para o problema das drogas, e que os levou à realização de programas preventivos.
De acordo com nosso Ministério da Saúde, o Brasil tem um prejuízo anual de cerca de um bilhão de dólares com o consumo do álcool, do fumo e de outras substâncias psicotrópicas.
Um estudo abrangente do problema do aumento da dependência química aponta para diversas causas: a distribuição de renda iníqua, a crise de valores enfrentada pela sociedade, a desagregação familiar, a falência do sistema escolar, a influência altamente maléfica da mídia, são alguns fatores preponderantes.
Internações na rede do Sistema Único de Saúde (SUS ), doenças decorrentes do uso dessas substâncias, aumento das taxas de homicídios e atos violentos, acidentes de trânsito e de trabalho, desagregação familiar, diminuição da expectativa de vida, absenteísmo e queda da produtividade são alguns dos custos sociais e econômicos da utilização abusiva de substâncias psicoativas.
No Brasil, nos últimos anos, estamos enfrentando um problema dramático: o uso do “crack”, cuja dependência se instala com incrível rapidez e que está associado à criminalidade violenta. O problema é tão mais grave quando observamos sua alta incidência entre crianças e adolescentes.
Trava-se em todo o mundo uma guerra sangrenta: de um dos lados está o narcotráfico, dotado do armamento mais moderno e com enorme poder de corrupção. De outro lado estamos nós, envolvidos em um combate que nos foi imposto.
Há pouco tempo a televisão exibiu para todo o país uma cena estarrecedora: crianças cortadoras de cana, andrajosas e desnutridas vítimas da exploração do trabalho infantil, trocavam seu mísero salário por pedras de “crack”, que um elo da cadeia do narcotráfico diligentemente lhes entregava em pleno canavial.
Aquelas imagens, cuja projeção durou alguns minutos e que provocaram indignação por tempo um pouco maior, mostraram duas características desse comércio infame: sua onipresença e sua absoluta falta de escrúpulos.
Não podemos fugir do problema, nem nos abstermos diante dele. A única opção que temos é enfrentá-lo, pois está em jogo o nosso presente e o nosso futuro. Assim sendo, é com esperança que acreditamos em uma política nacional de controle das drogas, diretamente vinculadas à Presidência da República., que é a “Secretaria Nacional De Política Sobre Drogas” (SENAD), que coordena atualmente o trabalho desenvolvido por todos os órgãos federais e estaduais que se ocupam do problema, atuando em três frentes: repressão ao narcotráfico, prevenção ao uso de drogas e recuperação de dependente.

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